13.4.09


"Se parassem, o amor esfumar-se-ia no ar? Não seria possível amansá-lo, mantê-lo vivo num ambiente doméstico? Teriam de viver sempre a mudar tudo de lugar, a abrir e a fechar as portas dos sentimentos até que elas emperrassem definitivamente?

E se o movimento permanente se tornasse apenas um vício imóvel? O excesso de pensamento entranhava-se-lhes e doía, arrastava a doença da indecisão. Era essa a epidemia do novo século, um século de pessoas cada vez mais duradouras e infantis. Ele fazia-lhe esperas, mas não saberia dizer o que esperava dela. A indiferença dela obcecava-o. A obsessão dele estimulava-a."

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